Histórias da Vida Real - Pets

DNA salvou um cachorro de pena de morte!

24 de fevereiro de 2017

Na maioria das investigações de um crime, o teste de DNA é um resultado incontestável para acusar ou absolver o réu.

Pela primeira vez, este exame foi utilizado no julgamento de cachorro acusado da morte de outro cachorro.

Sim, o teste de DNA salvou um cachorro da pena de morte!


|O Crime |

Jeb Stuart Job é um cachorro belga que, quando filhote, foi encontrado acorrentado dentro de um barracão em Detroit – EUA. Seu dono havia morrido e o resto da família não o queria mais. Kandie Morrison, uma voluntária com uma agência de resgate de cães, recebeu o chamado para salvar a vida dele. Assim que Kandie encontrou Jeb, ela logo pensou que ele seria o cão de serviço perfeito para seu pai – Kenneth Job.

DNA salvou um cachorro

Jeb e Kenneth

Kenneth, um senhor de 79 anos, veterano da Força Aérea, tem uma doença neurodegenerativa chamada atrofia fibular muscular (Charcot-Marie-Tooth). Na hora em que viu Jeb, ele se apaixonou pelo filhote e todos passaram a viver juntos em St. Clair, Michigan.

Uma veterinária e vizinha da família – Dr. Karen Pidick- , treinou Jeb para ajudar Job a ficar firme em suas pernas trêmulas.

Tudo ia muito bem até oito meses depois.

Em 24 de agosto de 2016, o vizinho de Jobs, Christopher Sawa, olhou pela janela da cozinha e viu Jeb de pé sobre o corpo já sem vida de seu cão, Vlad. Enquanto Vlad pesada 6 Kg, Jeb pesava 40 Kg. Segundo o depoimento, Sawa correu para o quintal e tentou fazer ressuscitação em seu cachorro, mas era tarde demais. Ao chamar o controle de animais, o vizinho culpou Jeb, que foi levado em custódia.


| O Julgamento de Jeb |

Em 19 de Setembro, todos se reuniram no tribunal do distrito de St. Clair. De acordo com as leis do Estado, se o juiz Michael Hulewicz considerasse Jeb um ‘animal perigoso’, o cão deveria ser morto.

Sawa, o vizinho, testemunhou contra Jeb, relatando quando o encontrou de pé sobre seu cão da raça Spitz Alemão.  Segundo as transcrições dos depoimentos, Sawa afirmou que não era a primeira vez que Jeb o assustava. “Eu tinha medo do cachorro, ele sempre latia”. Agora, seu Vlad tinha ido embora e ele era considerado como uma criança para o casal sem filhos.

DNA salvou um cachorro

Kenneth testemunhou que Jeb realmente tinha se afastado dele na manhã do crime, mas que ele e os outros cães da família tinham corrido em direção oposta à casa de Sawa, para uma casa com um lago onde eles gostavam de nadar.

O advogado da família, Edward Marshall, apontou a falta de provas físicas ligando Jeb à morte de Vlad, e questionou se outro animal poderia ter matado o cãozinho. Afinal, a veterinária do bairro já havia testemunhado que viu um cachorro desconhecido no bairro e que raposas sempre viviam nos bosques da vizinhança.

Mesmo com a falta de provas, e com os depoimentos de defesa, o juiz disse que Jeb era a definição de um animal perigoso e que a decisão que ele tomaria não seria nada fácil. “Eu não tenho escolha, exceto de seguir a lei estadual em que o animal deve ser sacrificado”, disse Hulewicz. “Eu não gosto de fazer isso, eu não gosto”.

| O Teste de DNA |

Após a sentença de morte de Jeb ser decretada, a família Job pediu para fazer um teste para ver se o DNA de Jeb correspondia ao DNA na ferida de Vlad. Eles afirmaram que não tinham pedido anteriormente porque pensavam que Vlad havia sido cremado e que não haveria maneira de pedir seu DNA. Mas durante o julgamento, foi relatado que o corpo de Vlad estava em um freezer.

A família utilizou swabs para passar na ferida de Vlad e no interior da bochecha de Jeb. As amostras foram enviadas para o Maples Center da Faculdade de Medicina Forense, na Universidade da Flórida. Todo o exame custou U$ 416, segundo Kenneth.

Em 24 de outubro, exatamente dois meses depois de Jeb ter sido levado em custódia, AnnMarie Clark, uma analista de DNA forense, enviou suas descobertas: d DNA da ferida não coincidiu com o DNA de Jeb. “Jeb não é o cão que matou Vlad”, escreveu Clark.

“Ficamos aliviados, ficamos absolutamente aliviados”, disse Penny Job, a esposa de Kenneth. O DNA mostrou que outro cão matou Vlad, mas exatamente quem é esse cão pode ser para sempre um mistério.

| A volta de Jeb |

Jeb foi autorizado a voltar para casa na semana seguinte, depois que seus proprietários assinaram um acordo prometendo que eles iriam se certificar de que Jeb não iria deixar o quintal sem coleira e supervisão e que eles iriam manter uma cerca segura para manter seus animais no quintal.

Infelizmente, a família Job relatou que Jeb veio para casa muito diferente. Eles disseram que durante suas nove semanas no controle animal, ele emagreceu 6 Kg, e voltou amedrontado.

DNA salvou um cachorro

Jeb no dia em que foi liberado para voltar para casa

“O cachorro estava magro e doente”, Penny disse. “E ele perdeu todas as suas habilidades sociais, tem medo de sair.”

Steve Campau, responsável pelo Centro de Controle de Animais, disse que eles o alimentavam uma vez ao dia, e que ele ‘provavelmente’ era mimado com muita comida em casa. Ainda, afirmou que algumas mudanças de comportamento são esperadas depois que um animal é liberado ao passar nove semanas, sendo 23 horas por dia em um canil que tem 6 metros de comprimento por 3 e ½ metros de largura.

Mesmo após três meses após seu retorno para casa, Jeb ainda estava com medo de homens estranhos.

A família Job, ainda muito nervosa com o fato de que seu cão inocente foi quase posto à morte, se perguntam por que eles tiveram que ter a ideia de análise de DNA. Por que o tribunal não o fez antes de condenar Jeb à morte? Afinal, esse tipo de teste é muitas vezes feito com os réus humanos.

A resposta é simples, segundo David Favre, professor da Faculdade de Direito da Universidade Estadual de Michigan e editor-chefe do Centro Legal e Histórico Animal. Os seres humanos acusados ​​de um crime têm direitos sob o devido processo criminal. “Em uma ação criminal, onde você está colocando uma pessoa na cadeia, temos o mais alto nível de proteção”, disse Favre. É uma história diferente com cães.

“Os cães não têm direitos, eles são propriedade”, disse David.

David, a família Job – e todos nós – questionamos se os tribunais devem reconsiderar e fazer da análise de DNA uma parte regular do processo de julgamento quando a vida de um cão está por um fio.

“É uma coisa fácil de se fazer. Nós simplesmente não pensamos nisso neste contexto”, disse David. “Agora as pessoas vão perceber que podem fazer isso, que é uma ferramenta”, disse ele. “A família de Jeb usou uma defesa muito criativa.”

Pela primeira vez, um DNA salvou um cachorro da pena de morte!

Confira abaixo o vídeo da entrevista da família Job para a CNN sobre o caso de Jeb!

ATENÇÃO: Vídeo em Inglês!


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Fontes:

  • http://edition.cnn.com
  • http://www.goodnewsnetwork.org
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